Setembro Amarelo: palestra traz reflexões e orientações para promover a saúde mental

Colaboradores participaram de encontro com psicóloga clínica, que mostrou a necessidade de ficar alerta aos sentimentos e conflitos

Psicólogo ou psiquiatra? Qual profissional procurar quando notamos que a saúde mental não está nada legal? Quais os sinais de alerta para identificar quando não estamos bem? A ansiedade e o estresse fazem parte da vida? Questões que afetam nossa existência em menor ou maior grau foram abordadas pela psicóloga clínica Paula Barreto, em uma live realizada na última quarta (25) para os colaboradores do Grupo, em parceria com especialistas da Dr. Alper.

O encontro foi feito por ocasião da campanha Setembro Amarelo, mês que reforça os estímulos para o cuidado para a saúde mental. Logo de início, a especialista convidou os colaboradores a fazerem a sua “roda da vida”, ferramenta visual que ajuda na avaliação e reflexão sobre a importância dada a cada área da vida, como espiritual, familiar, social e lazer. Desequilíbrios nesses campos podem trazer problemas como ansiedade e depressão.

“Segundo a ONU, 300 milhões de pessoas foram diagnosticadas com depressão e 260 milhões sofrem com ansiedade. No Brasil, um expressivo número de 18,6 milhões de pessoas têm ansiedade, estão adoecidas. São pessoas que sofreram o suficiente a ponto de romperem a barreira de procurar ajuda profissional, porque esse não é o caminho que se faz”, afirmou Paula, pós-graduanda em Gestalt-terapia, uma abordagem clínica baseada no “presente” e no “agora”.

Para a especialista, o caminho da saúde no Brasil não é da promoção à saúde, e sim da posvenção, do protocolo de apagar incêndios. “Depois que os incêndios são controlados, aí a gente toma uma providência sobre aquilo. Com a saúde mental, não é diferente, só que é muito pior do que com qualquer outra questão de saúde, porque a gente vive num cenário da negligência e da marginalização das pessoas que sofrem.”

Paula também trouxe as diferenças do trabalho do psiquiatra e do psicólogo na saúde mental, um marcador que está relacionado ao estágio de avanço do problema. “O psicólogo trata uma gama de eventos psicológicos no início que eles acontecem. Então, eu consigo tratar diversas questões de depressão de ansiedade de alterações de humor de estresse; de lutos, de perdas, de transições de vida, dentro do contexto da clínica, sem a intervenção de psiquiatra. Mas, se chegar ao ponto da desordem, de estar se tornando mais crônico o caso, a gente vai precisar de uma intervenção medicamentosa, que é feita pelo médico psiquiatra. Ele é o responsável tanto por diagnósticos mais precisos quanto por aqueles mais direcionados à intervenção.”

Em síntese, a diferença está nos propósitos. Desse modo, é possível tratar alguém sem intervenção de medicamentos, mas a pessoa não pode se tratar exclusivamente com o uso de medicamentos, sem psicoterapia, explica.  “Ambos os tratamentos são complementares, mas um não pode substituir o outro.”

Sofrimento faz parte da vida

Sofrimento, dor, estresse e angústia são sentimentos inerentes à vida. O modo como vamos lidar com esses percalços é determinante, defende a psicóloga. A saúde mental é o equilíbrio dessa vivência, da experimentação e da capacidade do desenvolvimento de habilidades de se adaptar ao que acontece. O importante é entender os momentos.

Em relação ao estresse, a dose também é resolutiva. “Desde que o mundo é mundo, o estresse existe, é o famoso esquema de luta ou fuga. Você precisa do estresse quando está numa rua deserta para correr. Você precisa de um pouco de estresse quando está no carnaval, porque precisa estar atento ao seu corpo. Mas se você está em alerta 100% do tempo, a gente tem um problema. Se você não consegue dormir, se as suas reações são sempre ofensivas, agressivas e violentas, você tem aí um prejuízo’, adverte.

Em relação à depressão, a vida também coloca situações angustiantes em vários momentos. “No filme ‘Sex and The City’, a personagem Carrie passa por um momento de luto com o término da relação. Ela pergunta à amiga: “Quando vou sorrir de novo?”. E a amiga responde sabiamente: quando uma coisa for genuinamente engraçada, ela não vai precisar se preparar para aquilo, ela vai só sorrir, mesmo que ela ainda esteja dolorida, mesmo que ela ainda esteja ferida. A vida vai continuar. Esse é o entendimento da saúde mental.”

Sorteio e campanha

Ao final da apresentação de Paula, foi sorteado um aparelho Alexa entre os colaboradores que assistiram à palestra. Ao longo do Setembro Amarelo, eles tiveram ainda acesso às ações e informações da campanha Energia Financeira, destinada à saúde financeira, um fator também intimamente ligado à saúde mental.

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